Qual é o papel da mídia?
Informar?
Opinar?
Educar?
Informar opinando? Informar educando? Ou Informar opinando com forte teor ideológico?
Informar?
Opinar?
Educar?
Informar opinando? Informar educando? Ou Informar opinando com forte teor ideológico?
Sinceramente,
eu não sei. E talvez seja exatamente por isso que eu tenho estado tão
ausente desta página. Em épocas de informações instantâneas, e de
formadores de opinião em cada perfil, questiono o fato e a necessidade
de escrever opinando. Já que para informar existem os jornais.
Para o que se escreve?
Para quem se escreve?
Para quem se escreve?
O que eu espero que as pessoas sintam quando lerem o meu texto?
Quem é o público que eu quero atingir com os meus escritos?
Vale a pena expor meus sentimentos?
Não seriam as minhas opiniões carregadas de sentimentos e ideologias?
Não estou sendo puramente informativo quando escrevo?
Vale a pena discutir pela internet?
Vale a pena discutir pela internet?
Estou conseguindo contribuir para um mundo melhor com as minhas ideias?
Seriam as minhas ideias favoráveis à construção de um mundo melhor?
Será que esse mundo melhor não é puramente uma projeção/reflexão do que eu imagino ser o melhor para mim?
Quem se importa com o que eu penso?
Quem lê o que eu escrevo?
Conseguirei mudar o mundo através do meu teclado? É óbvio que não.
Então, pra que escrever?
Quem lê o que eu escrevo?
Conseguirei mudar o mundo através do meu teclado? É óbvio que não.
Então, pra que escrever?
Sinceramente, eu não sei.
O
cantor, poeta e escritor pelotense Vitor Ramil tem uma música que se
chama "Um dia você vai servir a alguém". Nela são apresentadas, de forma
quase sempre comparativa, duas pessoas/profissões antagônicas,
mostrando a relação de dependência existente entre as duas figuras.
Pois então, escrever também é um ato de servir a alguém.
O
seu material pode servir de combustível pra inflamar massas de
revoltosos que podem se manifestar via internet ou até mesmo encabeçar
um movimento social.
O
seu escrito pode ser utilizado como uma forma de racionalizar algum
sentimento pendente na sociedade. Ou pode simplesmente ser apropriado
por algum espertinho, que troca o seu nome e saí publicando em várias
páginas por aí.
O
seu escrito pode servir a algum grupo político (partido) que faz
oposição ao governo. O seu escrito pode servir como sustentação de
argumentos e ideologias para quem está no poder.
A
História tem deixado esse assunto cada vez mais claro, seja ele no
Renascimento, no Iluminismo, nas Revoluções Burguesas ou no belicoso
século XX. Os escritos sempre foram apropriados e utilizados para
movimentar questões políticas.
Aristóteles, há III séculos antes de Cristo, já dizia uma coisa mais ou menos assim: "O homem é um animal político".
Sendo, então, nós animais políticos, somos dotados de opinião, sabemos
nos posicionar de um lado ou de outro. Mesmo que não tenhamos certeza
plena do fato, conseguimos estabelecer parâmetros que nos colocam a
favor ou contra.
Sendo
assim, não acredito em imparcialidade, não acredito em isenção, não
acredito em informação pura. Todas elas veem carregadas de
subjetividade, de ideias e pensamentos, que compõem o escritor, por mais
que isso esteja seriamente restrito a uma linha editorial.
Não
existe certeza, não existe imparcialidade, não existem escritos sem
argumentos, não existem argumentos sem posicionamentos, não existem
posicionamentos sem ideologias, não existem ideologias sem interesses
políticos, econômicos e religiosos.
Você um dia vai servir a alguém!
Texto publicado no site tucotuco em: 03/08/2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário